Atendimento Personalizado

No ano passado (há uns dois meses) deixei dois pares de calças para remendar numa loja de costura ao pé de casa. Aquilo que antigamente as avózinhas, mães ou mulheres estremosas se dedicavam alegremente a fazer e que hoje em dia deu origem a um novo estilo de negócio e provavelmente franchising...

Ontem quando voltei lá pela quarta vez para levantar as calças, percebi finalmente que para ter as minhas calças arranjadas tenho de passar alguns bons minutos a conversar com a costureira, para que ela me convença de como está muito empenhada em fazer-me O arranjo perfeito às calças, isto entremeado com histórias da moda actual, dos clientes famosos que tem, etc. Como há-de ter ela tempo para a costura se passa o dia a socializar com os clientes?

O certo é que as calças deviam estar prontas há mais de um mês atrás segundo a data que ela escreveu no talão que me deu para levantar as calças e ontem voltei para casa com apenas um dos pares, mas com a promessa de que o segundo par estaria pronto hoje. Talvez para o mês que vem passe por lá...

Parece-me que saber que o marido da prima da senhora ficou com a nádega de fora por um remendo mal feito pela avó dela é talvez um pouco demais para que eu me torne num cliente satisfeito.

Se calhar um comércio menos personalizado me deixasse satisfeito.
Se calhar sou produto de uma sociedade fria e impessoal.
Se calhar socializamos demais e trabalhamos de menos.

Para o mês que vem há mais!