O vomitado
O meu amigo Nuno escreveu (ou transcreveu) algo bem fixe....
«Como quando um homem, tendo por fim encontrado aquilo que procurava, uma mulher, por exemplo, ou um amigo, o perde, ou percebe o que é. E, contudo, é inútil não procurar, não desejar, pois, quando deixamos de procurar, começamos a encontrar, e quando deixamos de desejar, então a vida começa a enfiar-nos o peixe com batatas fritas pela goela abaixo até vomitarmos, e, depois, a enfiar-nos o vomitado pela goela abaixo, até vomitarmos o vomitado, e, depois, o vomitado vomitado, até que começamos a gostar. O glutão banido, o bêbado no deserto, o libertino na prisão, são eles os felizes. Ter fome, sede, desejo, cada dia de novo, e cada dia em vão, do manjar antigo, da bebida antiga e das putas antigas, eis o que mais se aproxima da felicidade, o novo limiar e o derradeiro dos derradeiros jardins. Dou esta dica sem garantia.» - Watt por Samuel Beckett
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