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Ex-trabalhadores por conta de outrém que se alforriaram e seguiram rumos completamente distintos!

terça-feira, outubro 30, 2007

Eduardo Prado Coelho (1944- 2007)

Morrer defini-se nestes termos concisos: vi e tudo o que vi foi por nada. Escrever é tentar preencher este 'para nada', retardar a sua evidência.
Eduardo Prado Coelho (1944-2007).

Tenho andado a passear pelo mundo e há coisas que me vão passando desapercebidas. A morte de Eduardo Prado Coelho foi uma delas. Encontrei aqui um artigo de 30 de Agosto sobre a sua morte e fiquei um pouco espantado. Mais espantado fiquei o quão pouco sabia dele. Supreendido fiquei quando percebi o interessante que foi a sua vida, mas acima de tudo o seu pensamento.

Foi um homem que escrevia "com seriedade com que uma criança brinca". Caracteriza-se a si pela dispersão. Em cada cidade que visitava, cada rua sempre colocava a hipotese de começar tudo de novo. Mudou 3 vezes de mulher, foi militante de 4 partidos e viveu 10 anos no estrangeiro.

Foi um intelectual na verdadeira acepção da palavra. Falou de Deus, de Ciência, de Cultura, de Saúde, de Política, de Filosofia, de Poesia. Tudo era importante! Do teatro dizia que gostava daquele "que nos põe a pensar e a sentir o que nunca tinhamos pensado e sentido antes; aquele que nos altera os traços do rosto e nos deixa no limiar do silêncio". Esse silêncio era também muito usado nas suas actividades de sedução, que definia da seguinte maneira: Seduzir significa trazer para mim, se num debate ou num colóquio procuro trazer os outras para mim, não é por sentir que gostaria de ser amado, mas porque desde sempre me sinto inamável.

É bonita a força da palavra.

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