Evangelho segundo Saramago
Dizem que uma mentira contada mil vezes se torna uma verdade. Imaginem agora que a história de nosso Jesus Cristo, filho de Deus Pai que está no céu, mas também filho de José o Carpinteiro e Maria, também ela feita santa fosse contada de outro modo!
Imaginem que um acto de amor (e dever, porque às vezes o amor é um dever) concebeu um menino na terra que não é mais que a vontade de Deus, aliás como tudo o que existe, sempre existiu e sempre existirá. A semente do Senhor que está no céu foi misturada com a semente do pai que está na Terra. Assim nasceu Jesus, que desde o principio dos princípios nasceu para morrer, tal como todos aqueles que pisaram esta terra.
A diferença é que este tinha um destino diferente. Apesar de ninguém ter destinos iguais, este tinha um destino mais diferente dos outros. Morrer pelos outros para que estes se arrependam dos seus pecados. Apesar de um destino tão singular, Jesus demorou algum tempo para o descobrir. Teve que trabalhar como um pai de família, para viver, sofrer como um mendigo para comer e amar como um homem para perceber o significado do amor de Deus.
O problema eram mesmo os desígnios de Deus, um Deus ambicioso que luta pelo bem, mas que quanto maior for o seu reino maior o reino de Diabo, porque o bem e o mal são apenas a ausência de um pelo outro. Mas nem sempre o que é fácil é o melhor e até o que muitas vezes está decidido é difícil, como o destino. Apesar de não precisarmos que Deus nos diga Anda para andarmos, às vezes precisamos de um abanão para crescer. Tal como uma árvore geme se a cortam, um cão gane se lhe batem, um homem cresce se o ofendem.
É neste contexto que Jesus se aventura numa conversa directa com Deus tal era a sua confusão. Deus que é o tempo, a verdade e a vida, tudo sabe que se passará assim que Jesus morrer na cruz, pois para ele é igual se já aconteceu ou se vai acontecer. Assim é-lhe revelado todas as mortes e guerras que serão necessárias para manter o poder de Deus na terra. Obediente Jesus aceita o seu destino sem que isso lhe apague a chama do sofrimento da necessidade da existência de tanto mal para atingir tão simples bem.
Antes de partir voluntariamente para a cruz diz a Maria de Madgala (Maria de Madalena, noutros evangelhos, mas ex-prostituta em todos eles) que “mesmo que não possas entrar, não te afaste de mim, estende-me sempre a tua mão mesmo quando não puderes ver-me, se o não fizeres, esquecer-me-ei da vida, ou ela me esquecerá”. Estando lançados os dados da fé inabalável, parte para o calvário. Já no fim, antes que a última luz desta vida se apague, Jesus sofre e pede aos Homens que perdoem a Deus, por este não saber o que faz. E o último estertor é dado pensando na frase que um dia o seu pai da terra lhe disse : “nem eu posso fazer-te todas as perguntas, nem tu podes dar-me todas as respostas”.
Imaginem que um acto de amor (e dever, porque às vezes o amor é um dever) concebeu um menino na terra que não é mais que a vontade de Deus, aliás como tudo o que existe, sempre existiu e sempre existirá. A semente do Senhor que está no céu foi misturada com a semente do pai que está na Terra. Assim nasceu Jesus, que desde o principio dos princípios nasceu para morrer, tal como todos aqueles que pisaram esta terra.
A diferença é que este tinha um destino diferente. Apesar de ninguém ter destinos iguais, este tinha um destino mais diferente dos outros. Morrer pelos outros para que estes se arrependam dos seus pecados. Apesar de um destino tão singular, Jesus demorou algum tempo para o descobrir. Teve que trabalhar como um pai de família, para viver, sofrer como um mendigo para comer e amar como um homem para perceber o significado do amor de Deus.
O problema eram mesmo os desígnios de Deus, um Deus ambicioso que luta pelo bem, mas que quanto maior for o seu reino maior o reino de Diabo, porque o bem e o mal são apenas a ausência de um pelo outro. Mas nem sempre o que é fácil é o melhor e até o que muitas vezes está decidido é difícil, como o destino. Apesar de não precisarmos que Deus nos diga Anda para andarmos, às vezes precisamos de um abanão para crescer. Tal como uma árvore geme se a cortam, um cão gane se lhe batem, um homem cresce se o ofendem.
É neste contexto que Jesus se aventura numa conversa directa com Deus tal era a sua confusão. Deus que é o tempo, a verdade e a vida, tudo sabe que se passará assim que Jesus morrer na cruz, pois para ele é igual se já aconteceu ou se vai acontecer. Assim é-lhe revelado todas as mortes e guerras que serão necessárias para manter o poder de Deus na terra. Obediente Jesus aceita o seu destino sem que isso lhe apague a chama do sofrimento da necessidade da existência de tanto mal para atingir tão simples bem.
Antes de partir voluntariamente para a cruz diz a Maria de Madgala (Maria de Madalena, noutros evangelhos, mas ex-prostituta em todos eles) que “mesmo que não possas entrar, não te afaste de mim, estende-me sempre a tua mão mesmo quando não puderes ver-me, se o não fizeres, esquecer-me-ei da vida, ou ela me esquecerá”. Estando lançados os dados da fé inabalável, parte para o calvário. Já no fim, antes que a última luz desta vida se apague, Jesus sofre e pede aos Homens que perdoem a Deus, por este não saber o que faz. E o último estertor é dado pensando na frase que um dia o seu pai da terra lhe disse : “nem eu posso fazer-te todas as perguntas, nem tu podes dar-me todas as respostas”.
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