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Ex-trabalhadores por conta de outrém que se alforriaram e seguiram rumos completamente distintos!

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Fédon – Como o filósofo encara a morte II

Capitulos anteriores:
Fédon: Introdução
Fédon – Como o filósofo encara a morte I

Ora bem, Platão coloca na boca de Sócrates uma explicação convincente de que a morte nada mais é que uma passagem para um lugar onde a verdade pura e o pensamento puro são a tónica dominante. Em três passos ele expõe o seu pensamento.

Passo 1: O corpo é imperfeito e o filósofo procura afastar-se dele.

Sócrates(Sc): Parece-te próprio do filosofo ser solicito daquilo, a que os homens chamam prazeres, por exemplo, da comida e da bebida?
Símias(Sm): Não.
Sc:E dos prazeres do amor?
Sm:De maneira nenhuma.
Sc:[...] cuidados corporais[..]
Sm:[...] o filosofo verdadeiro despreza-os [...]
Sc: É nisto [...] que se manifesta o filósofo: em separar , o mais possível e em grau superior aos outros homens, a alma do comércio do corpo?
Sm: É óbvio.
Sc: [...] É evidente que a ela [a alma] é enganada pelo corpo, todas as vezes que tenta com o seu auxilio investigar qualquer coisa.
Sm: Dizes bem.
Sc: E [...] reflecte [a alma] de um modo mais perfeito, quando não é perturbada pela corpo.
Sm: É verdade.
Sc: [...] a alma do filósofo aborrece o corpo, foge dele e procura isolar-se em si mesma?
Sm: Evidentemente.

Todas as correntes de pensamento oriental acreditam que o ser humano apenas pode atingir o mais alto grau de liberdade através da eliminação dos desejos terrestres. Estes são os causadores de todos os sofrimentos do ser humano.

Os Yoga Sutras de Patanjali (texto considerado a bíblia do yoga clássico) diz:
Yoga é a cessação das flutuações da mente. ( I.2)
Então o observador alcança a sua essência. ( I.3)
Caso contrário identifica-se com as flutuações da mente. ( I.4)
Estas flutuações são 5 e podem ser dolorosas ou não dolorosas. ( I.5)

Então entra numa reflexão sobre as formas de eliminar essas flutuações para que o ser humano possa caminhar na direcção da transcendência. É de notar que Patanjali indica que essas flutuações podem ser não dolorosas, ou seja indica que mesmo aquilo que consideramos prazeiroso e agradável também é suposto ser eliminado se queremos atingir a transcendência ou ... a verdade pura.

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