Monstro e Companhia
No Público de domingo vinha uma notícia preocupante sobre a China. O país mais populoso do mundo com 1,298,847,624 de pessoas e uma área de 9,596,960 km² (só ultrapassada pelos EUA, Canadá e Rússia – de notar que Portugal possui uma área de 92,391 Km2 , aproximadamente 135 vezes mais pequeno) exerce actualmente um poderio assustador sobre os seus vizinhos. Assusta economicamente, mas assusta também militarmente.
Ora vejamos:
1) As duas maiores regiões da China são precisamente Xinjiang e o Tibete que possuem respectivamente uma área de 1,660,000 km² e 1,228,400 km². Contudo as suas populações são ínfimas quando comparadas com a grande China. Temos o Xinjiang com 19,050,000 e o Tibete com 2,670,000 (apenas um quarto da população portuguesa). Por razões económicas, políticas e geográficas a China tem mantido estes dois territórios sob o seu controlo por modos muitos discutíveis. O famoso Tibete foi alvo de uma anexação não reconhecida internacionalmente no ano de 1959 e, assim como Xinjiang, tem sido alvo de uma aculturação agressiva onde as autoridades tentam a todo o custo impor a cultura chinesa apagando lentamente os costumes e religiões locais. O caso da província de Xinjiang foi alvo de um artigo no Público onde revelam a migração forçada de chineses para aquela região (à semelhança do que Franco fizera na Catalunha) e atribuição de privilégios a estes novos habitantes em detrimento dos antigos proprietários. Canibalização cultural é o termo usado ao mesmo tempo que tem usado a onda anti-terrorista que assolou o mundo para esmagar vários grupos pró-independentistas da região.
2) Taiwan: Esta é outra região que a China assume ter sob o seu controle, mas que a maioria dos seus habitantes se recusa a aceitar. Ao aprovar recentemente uma lei anti-secessão, que legitima o uso da força no caso de o Taiwan proclamar independência, está a dar luz verde para que os seus militares reprimam qualquer tentativa de insurreição. Afinal a população apenas quer aquilo que a China (e mais ninguém) admite ser seu por direito: A liberdade.
3) Finalmente temos as relações com a India: Existem várias divergências. A India contesta que a China governe as terras desertas de Aksai Chin, no planalto do Tibete, terras essas que Pequim ocupou aquando da guerra de 1962, ao entrar no estado indiano de Jammu e Caxemira.Por seu turno, a China reivindica 90.000 quilómetros quadrados de território administrado pela Índia na parte oriental da fronteira, essencialmente no estado de Arunachal Pradesh.
Numa altura em que lutamos em todo o mundo pela instituição da democracia o país que maior poderio tem vindo a adquirir não demonstra quaisquer vestígios de o ser. Também é verdade que cada vez que votamos, votamos nos políticos, sendo que actualmente é o poder económico que governa, e esse, não está sujeito ao sufrágio universal. É permanente, hereditário e exponencial (tal como as monarquias). Pode ser que daqui a alguns séculos se desmorone.
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