Fédon – Como o filósofo encara a morte III
Capitulos anteriores:
Fédon: Introdução
Fédon – Como o filósofo encara a morte I
Fédon – Como o filósofo encara a morte II
Passo 2: As ideias essenciais são imperfeitamente representadas pela existência/objectos
Sc: Afirmamos[...] a existência do justo em si?
Sm: Afirmamos, por Zeus!
Sc: E que o belo e o bom existem?
Porque não?
Sc: [...]já [os] viste com os teus olhos[...]?
Sm: De maneira nenhuma [...]
Sc: Percebeste-las [...] por meio doutro sentido do corpo? [...] à grandeza, à força [...] à essência de todas as coisas, ao que cada uma delas é em si [...].
Sm: Sem dúvida alguma.
Sc: [...] não atingiria este fim, da maneira mais pura, aquele que se acercasse das coisas só, quando possível, com o pensamento, prescindindo, ao reflectir, da vista e de qualquer outro sentido e não os deixando seguir atrás da reflexão? [...] pois sempre que o [corpo] comunica com a alma, perturba-a e impede a aquisição da verdade [...]
Sm: Falas de sobremaneira [...]
Sc: [...]Se quisermos alguma vez ter o conhecimento puro de uma coisa, devemos separar-nos do corpo e examinar só com a alma os objectos em si. Nestas condições [...] só conseguiremos o fim de nossos desejos e aquilo que nos afirmamos enamorados, o conhecimento, quando, conforme a razão indica, deixarmos de viver [...]. durante a vida, aproximar-nos-emos o mais possível do conhecimento, se nos abstivermos, no mais alto grau de todo o comércio do corpo.
Sm: Estou plenamente de acordo
Sc: Por isso empreendo cheio de confiança a viagem que me foi imposta [...]
A realidade conhecida é uma manifestação do espírito (purusha), dizem os hindus. Esta manifestação (prakriti) é apenas uma ilusão daquilo que realmente é. Todos nascemos (salvo raríssimas excepções) com um véu que nos distorce a realidade (Maya) e que faz do mundo aquilo que ele é. A transcendência é isso mesmo, é perceber que aquilo que pensamos que é, afinal não é, é apenas uma manifestação. Algumas escolas gostam de comparar a realidade física à projecção de um filme, e a nós compete-nos entender que vivemos um filme. No dia em que isso acontece tudo o que acontece passa a fazer sentido, porque faz parte do filme, mas até lá é impossível ao objecto criado entender a subjectividade do criador, tal como aos filósofos gregos não lhes é permitido perceber a essência do belo e do justo enquanto não isolarem a alma do impuro corpo.
Fédon: Introdução
Fédon – Como o filósofo encara a morte I
Fédon – Como o filósofo encara a morte II
Passo 2: As ideias essenciais são imperfeitamente representadas pela existência/objectos
Sc: Afirmamos[...] a existência do justo em si?
Sm: Afirmamos, por Zeus!
Sc: E que o belo e o bom existem?
Porque não?
Sc: [...]já [os] viste com os teus olhos[...]?
Sm: De maneira nenhuma [...]
Sc: Percebeste-las [...] por meio doutro sentido do corpo? [...] à grandeza, à força [...] à essência de todas as coisas, ao que cada uma delas é em si [...].
Sm: Sem dúvida alguma.
Sc: [...] não atingiria este fim, da maneira mais pura, aquele que se acercasse das coisas só, quando possível, com o pensamento, prescindindo, ao reflectir, da vista e de qualquer outro sentido e não os deixando seguir atrás da reflexão? [...] pois sempre que o [corpo] comunica com a alma, perturba-a e impede a aquisição da verdade [...]
Sm: Falas de sobremaneira [...]
Sc: [...]Se quisermos alguma vez ter o conhecimento puro de uma coisa, devemos separar-nos do corpo e examinar só com a alma os objectos em si. Nestas condições [...] só conseguiremos o fim de nossos desejos e aquilo que nos afirmamos enamorados, o conhecimento, quando, conforme a razão indica, deixarmos de viver [...]. durante a vida, aproximar-nos-emos o mais possível do conhecimento, se nos abstivermos, no mais alto grau de todo o comércio do corpo.
Sm: Estou plenamente de acordo
Sc: Por isso empreendo cheio de confiança a viagem que me foi imposta [...]
A realidade conhecida é uma manifestação do espírito (purusha), dizem os hindus. Esta manifestação (prakriti) é apenas uma ilusão daquilo que realmente é. Todos nascemos (salvo raríssimas excepções) com um véu que nos distorce a realidade (Maya) e que faz do mundo aquilo que ele é. A transcendência é isso mesmo, é perceber que aquilo que pensamos que é, afinal não é, é apenas uma manifestação. Algumas escolas gostam de comparar a realidade física à projecção de um filme, e a nós compete-nos entender que vivemos um filme. No dia em que isso acontece tudo o que acontece passa a fazer sentido, porque faz parte do filme, mas até lá é impossível ao objecto criado entender a subjectividade do criador, tal como aos filósofos gregos não lhes é permitido perceber a essência do belo e do justo enquanto não isolarem a alma do impuro corpo.
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