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Ex-trabalhadores por conta de outrém que se alforriaram e seguiram rumos completamente distintos!

quarta-feira, março 12, 2008

Fédon- Teoria da Reminiscência I

Capitulos anteriores:
Fédon: Introdução
Fédon – Como o filósofo encara a morte I
Fédon – Como o filósofo encara a morte II
Fédon – Como o filósofo encara a morte III
Fédon – Como o filósofo encara a morte IV
Fédon – Teoria dos Constrários

A 2ª prova da imortalidade da alma.

Sócrates afirma que a nossa instrução não é mais do que uma reminiscência, ou seja, algo que vem de trás. Toda é a apreensão de conhecimento não é mais que um recordar.. Para isso torna-se indispensável que, num tempo anterior, tenhamos aprendido aquilo que recordamos no presente, ou seja, que a alma já teve outras oportunidades para além daquele que está associada à vida de este corpo de aprender.

I – Origem da reminiscência

Socrátes: [...] os namorados ao veram [...] um vestido [...] de que a pessoa por eles amada costuma servir-se, não só reconhecem [o vestido], mas vêm-lhes também ao pensamento a imagem da pessoa a quem ela pertence. Isto é o que se chama de reminiscência.
Cebes: Certamente.
Sc: Não é portanto verdade que, em todos estes casos, reminiscência procede não só de coisas semelhantes, mas até das dissemelhantes.
Sc: Nós afirmamos que o igual é alguma coisa. [...] a igualdade em si?
Símias: Devemos afirma-lo sem a menor dúvida.
Sc: E sabemos nós o que ela em si é?
Sm: Com toda a certeza.
Sc: Donde aurimos esse conhecimento? [...] Da consideração de pedaços de madeiras iguais [...] deduzimos o conceito de igualdade.[...] Mas [...] pedras e pedaços de madeira, apesar de permanecerem os mesmos, não se te afiguram umas vezes iguais, outras desiguais?
Sm: Sem dúvida.
Sc: O igual em si mesmo já te pareceu desigual, isto é, a igualdade já te pareceu desigualdade?
Sm: Jamais, Sócrates.
Sc: Portanto, a igualdade existente naqueles objectos não é idêntica à igualdade em si.
Sm: Não.
Sc: Mas [...] aqueles objectos iguais, ainda que diferentes da igualdade, te tem feito, não obstante, conceber a ideia e adquirir o conhecimento dela?
Sm: É muito verdadeira a tua asserção.
Sc: [...] Quando, ao veres uma coisa, és obrigado, pelo facto de a veres, a pensar noutra, seja semelhante ou não à primeira, o que se produz é, necessariamente, uma reminiscência.

O objectivo final do yoga é a transcendência e auto-realização. A percepção da existência de uma força unificadora que nos é comum e constitui a nossa essência. A isso os yogis chamam brahman. Este Brahman por ser luz não pode ser escrito em palavras dos homens por estas apenas serem uma sombra e a sombra nunca pode reflectir a luz. Contudo afirma-se que que as qualidades do Brahman é não ter qualidades e/ou atributos (nirguna). Numa essência tão divina os conceitos de tempo e espaço não existem, assim como o de igualdade. Desta forma a igualdade é algo que é criado pela manifestação humana deste brahman (também designado por purusha ou consciência). DE uma forma simples o conceito de igualdade é uma criação do homem. Contudo isto não é contra o argumento socrático que apenas diz que este conceito já existe antes de nascer, a diferença é que não existe um momento de criação, que sempre existiu. Aqui já dá ao conceito de igualdade (assim como a todas as Ideias: Belo, justo) um carácter divino.

Contudo pode-se interpretar isto do ponto de vista da alma individual. Para os hindus todos os seres são uma involução do Brahman ou Purusha, a que chamamos Atma. O objectivo dos seres é evoluir novamente para Purusha. É uma espécie de jogo ao qual não podemos escapar. Ora este Atma sendo uma involução do Purusha é-lhe inferior tal como dois pedaços de madeira iguais são inferiores à igualdade em si. Pode aproximar-se muito do ideal, mas quase nunca o atinge. Aqueles que o conseguem são despertos, iluminados, budas ou outro qualquer nome que lhe queiramos dar.

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