Star Wars (3)
Todos os adeptos deste tipo de filmes têm uma réstia de esperança, que algures numa galáxia muito, muito longe existam pessoas com os ideais mais nobres que alguma vez alguém viu. Ainda que associados ao romantismo exacerbado da guerra, os Jedi não deixam de ser aquelas pessoas que todas desejamos ser.
Uma pessoa que renuncia aos elos emocionais e faz da compaixão (a capacidade de amar incondicionalmente) a sua bandeira. Uma pessoa que cumpre o seu dever acima de todas as circunstâncias (quantos de nós não vacilamos perante um momento de lazer, uma distracção, um desvio quando temos uma tarefa que se considera muito importante?). Uma pessoa que dedica a sua vida a manutenção da paz (ainda que com um sabre de luz à cintura). Uma pessoa que se treina no desapego de tudo aquilo que lhe traz sofrimento (algo que entre nós nem Cristo atingiu de forma perfeita). Em resumo uma pessoa que busca a perfeição, da mesma forma que um pintor procura com a ponta do seu pincel transformar a cor e a luz em algo divino.
Contudo apesar de desejarmos que os Jedi sejam uma realidade eles foram criados a partir de um conjunto de preceitos que nós (seres humanos do planeta Terra do Sistema Solar) idealizamos para nós próprios. As características dos Jedi são aquelas que estão escritas em quase todas as escrituras sagradas de todas as religiões do mundo como aquelas que indicam qual o caminho que o Homem deve seguir se procura o divino.
A compaixão de Cristo, o desapego de Buda ou cumprimento do dever do guerreiro Arjuna.
Por isso é que eu acredito que ainda é possível a um comum mortal transformar-se num Jedi. Leva tempo, paciência, muitas vidas, disciplina, perseverança, humildade e capacidade de sacrifício.
Quando o Luke Skywalker viu o grande mestre Jedi Yoda levantar a sua nave espacial do lodo de um pântano exclamou: “Eu não acredito!”. “Por isso é que não consegues, meu jovem aprendiz” foi a resposta do mestre.